Essa
Essa, que hoje se entrega aos meus
braços escrava
olhos tontos de amor que aos
poucos me farto,
ontem... era a mulher ideal que eu
procurava
que enchia a minha insônia a
rondar meu quarto...
Essa, que ao meu olhar parado e
indiferente
há pouco se despiu - divinamente
nua -,
já me ouviu murmurar em êxtase
fremente:
- Sou teu!... E já me disse, a
delirar: - Sou tua!
Essa, que encheu meus sonhos, meus
receios vãos,
num tempo que eram vãos meus
sonhos, meus receios,
já transbordou de vida a ânsia das
minhas mãos
com a beleza estonteante e morna
de seus seios!
Essa, que se vestiu... que saiu
dos meus braços
e se foi... - para vir, quem sabe?
uma outra vez,
- segui-a... e eu era a sombra de
seus próprios passos...
amei-a... e eu era um louco quando
a amei talvez...
Hoje, seu corpo é um livro aberto
aos meus sentido
já não guarda as surpresas de
antes para mim...
( não importa se há livros muitas
vezes relidos
importa... que afinal, todos eles
tem fim)
Essa, a que julguei ter tanta
afeição sincera
e hoje não enche mais a minha
solidão,
simboliza a mulher que sempre a
gente espera...
mas que chega e se vai como todas
se vão
Nenhum comentário:
Postar um comentário